27 de mar. de 2012


ELDERSON MELO, produtor, diretor, dramaturgo e ator

O que você pode comentar sobre o seu personagem?
Meu personagem é o Eduardo. Ele é apaixonado tanto pelo teatro quanto pela Laudelina, personagem com quem forma o casal de enamorados, típico da Comedia Dell’Arte.

O que é importante o público saber sobre a montagem? O texto de Arthur de Azevedo foi escrito em 1904, e é impressionante como continua atual. Ao contar a história de uma companhia mambembe que luta para sobreviver, a peça mostra como é difícil a situação de quem faz teatro no Brasil.

Como foi a adaptação dessa peça para a rua? Foi um grande desafio. O texto original tem três atos e 12 quadros, e prevê papeis para 70 atores. Então tive que enxugar tudo isso para que quatro atores dessem conta de seis papeis, em um único ato. Fiz um recorte, mas mantive o que, pra mim, eram os pontos chaves da peça: a chegada da trupe na cidade de Tocos, a relação do casal de enamorados e alguns contrapontos a eles. E depois veio a questão da montagem na rua. Tivemos dificuldade de pensar em como seria isso e, com a ajuda do ator e diretor Hermisson Nogueira, trabalhamos a corporeidade e a relação com o público em múltiplas direções. Para a montagem pesquisamos também a comicidade e trabalhamos com a construção de tipos, inspirados em modelos da Comédia Dell’Arte e da sociedade brasileira. Junto também vieram pesquisas com música e dança, que nos fizeram fugir bastante de uma estética naturalista.

Marcadores: , , , ,