3 de jan. de 2008

+ Cinema
Bergman é presente de Natal
Cinemateca apresentou Fanny e Alexander, filme vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1983


Cena final de Fanny e Alexander. Depois de todos os dissabores, a avó Helena (Gunn Wållgren) lê a peça O Sonho, de Strindberg, para o neto Alexander (Bertil Guve).

Bem na semana natalina, tivemos Fanny e Alexander (1982) em cartaz na Cinemateca. Nada mais oportuno. O período combinou com uma característica do próprio filme, que começa numa véspera de Natal em 1907. Sem falar que foi um belo presente para os cinéfilos que permaneceram na cidade. Fanny e Alexander é um obra prima de Ingmar Bergman (1918 - 2007)

Sobre o filme
Fanny e Alexander se divide em duas duas partes. A primeira traça um panorama de uma tradicional família sueca que gravita em torno da rica matriarca Helena Hekdahl.

Helena tem três filhos: Carl, que é professor, Gustav, que é dono de um restaurante, e Oscar, que é diretor e dono de uma companhia teatral. Aos poucos, a personalidade de cada um desses filhos vai se revelando.

Descobrimos então que Carl, apesar do seu caráter brincalhão, se sente um derrotado, vive uma séria crise financeira, e é infeliz com sua esposa. Gustav, por sua vez, faz questão de manter a fama de mulherengo, mesmo que isso custe a gravidez de uma empregada, ou que, pela chegada da velhice, passe vergonha com crises de impotência. Sobre Oscar, percebemos que ele, já idoso, não está bem de saúde e é a sua morte que desencadeia a segunda parte do filme.

Oscar deixa a jovem esposa Emelie e dois filhos pequenos: Fanny e Alexander. Fragilizada, Emelie acaba casando com o bispo Vergérus, que logo se mostra um verdadeiro carrasco, tanto para a esposa como para as crianças.

Por que você deve assistir
Ao longo das cinco ou três horas de Fanny e Alexander (na versão original para a tv e na versão para o cinema, respectivamente) tem-se de tudo. Comédia e tragédia, pasmaceira e reviravolta, sonho e realidade.

Por essa capacidade de mesclar diversas situações com maestria, e também por Bergman utilizar vários elementos autobiográficos – ele quando pequeno era tão mentiroso quanto Alexander e também sofreu com a rigidez imposta pelo pai, que era pastor luterano – o filme torna-se uma obra imperdível do diretor, assim como O Sétimo Selo e Morangos Silvestres.

Para saber mais sobre o filme, entre em www.ingmarbergman.se. É o site mais completo sobre a vida e a obra do diretor.

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